A lâmpada e o Acendedor

Para os simpatizantes da Seicho-no-Ie, tanto a Pomba Branca, destinada às mulheres, como O Acendedor, são publicações bem conhecidas. São duas pequenas revistas de estilos bem semelhantes, impregnadas de provérbios oriundos da cultura oriental, publicadas pela Seicho-no-Ie do Brasil. Essa instituição, muito embora não faça constar de seu nome oficial a palavra Igreja, se autodenomina Igreja Seicho-no-Ie no texto de suas publicações.

Para seus adeptos, Deus é apenas uma força existente universo, em nada muito diferente da própria Natureza, e com ela muitas vezes confundido, e que deve ser procurado dentro de nós mesmos. Não se trata de uma pessoa com consciência, existência e vontade próprias, como o Deus que adoramos. Quando muito, é que um conjunto de leis a serem respeitadas, para que tudo corra bem para nós. Como não se trata de ser supremo, não é objeto de adoração.

Como podemos perceber, um deus em tudo muito semelhante ao conceito de divindade da maioria das religiões orientais. Qualquer semelhança como o Senhor nosso Deus terá sido mera coincidência. Ou melhor, mera adaptação, para torná-lo mais familiar aos olhos da cultura cristã, predominante no ocidente.

Embora não se possa ter a pretensão de entender a fundo toda uma filosofia ou religião a partir de um único exemplar por ela editado, ainda assim é espantoso constatar o enorme número de vezes em que os ensinamentos dessa igreja entra em conflito com os princípios cristãos, mesmo quando comparamos apenas o conteúdo de um único exemplar da revista Pomba Branca¹ com aquela que é a nossa infalível regra de fé, a Bíblia Sagrada.

Como dizia Albert Einstein, nem todas as experiências do mundo podem provar que alguma teoria esteja certa; porém, basta uma única experiência para provar que ela está errada.

Além de apresentar um conceito incorreto de Deus, os adeptos da Seicho-no-Ie reverenciam os pais, os sogros, os maridos, etc, e prestam culto aos antepassados, em outras palavras, aos mortos.

A Seicho-no-Ie diz, ainda, que as doenças não existem. “Doença é sombra da mente, não existe de verdade” (Pag. 22). Sendo assim, Jesus teria sido um tremendo farsante, fingindo curar as pessoas, já que elas não estavam doentes, pois a Bíblia relata: “E percorria Jesus toda a Galiléia […] curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mateus 4.20).

Colocando lado a lado

Vejamos, então o que diz a Seicho-no-le, em comparação que diz a Bíblia Sagrada, nos exemplos abaixo, extraídos de um único exemplar da Pomba Branca:

1. “Sendo o mundo fenomênico constituído por manifestações da mente, nele nada é eterno e tudo aparece e desaparece de acordo com a mudança da mente” (Pag. 30).

“Digno és, Senhor, de receber glória e honra, e poder: porque Tu criastes todas as coisas, e por Tua vontade são e foram criadas” (Apocalipse 4.11).

2. “E quando esse personagem [Adão] dá nome aos seres vivos, tudo se torna [começa a ser] aquilo que ele diz ser” (Pag. 25).

“Havendo Deus formado da terra todo o animal do campo toda a ave dos céus, os trouxe a Adão para este ver como lhes chamaria. [Somente para dá-lhes os nomes, e não e para faze-los existir]” (Geneses 1.19).

3. “O pecado não existe, basta não tê-lo na mente [não pensar na sua existência] para ele desaparecer” (Pag. 39).

“Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” (1 João 1.8).

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23).

“Por que também Cristo padeceu uma vez pelos nossos pecados, justo pelos injustos, para levar-nos a Deus” (1 Pedra 3.18).

Ε o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1.7).

4. “… Ela foi instruída a reverenciar e agradecer à Essência maravilhosa [espírito] dos pais, dos sogros e do marido. Aprendeu ainda sobre a importância do Culto aos antepassados [mortos]” (Pag. 16).

“Ao Senhor Teu Deus adorarás, e só a Ele servirás [ou prestarás culto, em outras traduções]” (Mateus 4.10).

“Dando sempre graças por tudo a Nosso Deus e Pai” (Efésios 5.20).

5. “Quando descobrimos a nossa outra ‘metade’ [quando nos casamos] formamos uma única alma…” (Pag. 3).

“Digo-vos que naquela noite [na vinda de Jesus] dois estarão numa cama [duas almas distintas, marido e mulher]; um será tomado e outro será deixado” (Lucas 17.34)

“A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18.20).

6. “… O ser humano é maravilhoso. […] Mais do que isso: é infinitamente maravilhoso e possui [em si mesmo] uma vida imortal” (Pag. 13).

“Quem é homem para que tanto o estimes?” (Jó 7.17).

“Todos pecaram” (Romanos 3.23.)

“O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 6.23).

“Pois Ele mesmo [Deus] é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (Atos 17.25).

“Eu, eu [Deus] sou aquele que vos consola; quem pois és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho do homem, que se tornará em feno?” (Isaías 51.12)

7. “Sou filha da Vida, do Sol, da Luz” (Pag. 31).

“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8.16).

8. “Não irei para o paraíso, pois já vivo nele” (Pag. 37). “Aqui, este local, é o majestoso paraíso” (Pag. 45).

“A impunidade e uma sensação de desamparo da população deflagram uma onda de linchamentos no País, numa demonstração de que a pena de morte já chegou às ruas” (Revista Isto É Senhor, No. 1134, Pag. 22).

“No mundo tereis aflições [e não um paraíso], mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo” (João 16.33).

“Se vós fosseis do mundo o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, […] O mundo vos aborrece” (João 15.19).

“Mas agora desejam uma [pátria] melhor, isto é, a celestial” (Hebreus 11.16).

"… Porque não será aqui o vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente" (Miqueias 2.10).

Esta lista poderia crescer indefinidamente, se fossemos examinar outros números da mesma revista ou um número qualquer de O Acendedor, mas cremos que já é o bastante.

Que a Bíblia é inspirada por Deus, todos nós concordamos, mas de onde vem a inspiração das publicações da Seicho-no-le? Chegaremos à resposta quando respondermos também às seguintes perguntas: Quem é que sempre fez questão de por em dúvida a Palavra de Deus? Quem será o principal interessado em nos convencer de que o pecado não existe? Já que ele não existe, por que me preocuparia com ele? Todas as passagens da Bíblia que afirmam, direta ou indiretamente, que Cristo pagou pelos nossos pecados seriam mentirosas?

“Serpente disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do Jardim? E disse a mulher Serpente: Do fruto das árvores do Jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do Jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocarás, para que não morrais. Então a Serpente disse à mulher: Certamente não morrereis” (Genesis 3.1-4).

Deus diz: Morrereis. A Serpente, diz: Certamente não morrereis.

Falando do relato do capitulo 3 de Gênesis, a Pomba Branca diz: “Isso é ficção, uma peça teatral chamada ‘Pó da Terra’” (Pag. 16).

Quem, desde o primcípio, vem tentando desacreditar a Palavra de Deus? Aquele a quem o Senhor Jesus chamou de pai da mentira, em João 8.44.

Alguém perguntaria: Se a Seicho-no-Ie tem a intenção de contradizer os ensinamentos bíblicos, como é que a Bíblia é tantas vezes citada em suas publicações? Pelos seguintes motivos:

1. Para parecer, aos que confiam na Bíblia, que falam a verdade e ganhar a simpatia destes;

2. Para fazer parecer que a Bíblia apoia suas doutrinas, torcendo a significado dos versículos.

Essa técnica, aliás, não é nova. O diabo já a havia utilizado quando tentou a Jesus. Vendo que Jesus não cedia à tentação, e para isso apoiava-se nas Escrituras, citando-as a cada ataque do inimigo, este evocou também as Escrituras dizendo:

“Se tu és filho de Deus, lança te de aqui abaixo, porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito: e tomar-te-ão nas mãos para que nunca tropeces em alguma pedra.” (Mateus 4.6).

Damos graças a Deus por esse evento da tentação ter sido registrado, pois assim aprendemos o seguinte, a respeito do diabo:

1. Ele conhece a Bíblia (ele citou Salmos 91.11-12);

2. Ele usa a Bíblia, quando isso interessa aos seus propósitos;

3. Ele torce o sentido do texto, dando lhe um sentido diferente do original.

Diante desses fatos, podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que, se algumas vezes os ensinamentos da Seicho-no-Ie parecem concordar com aquilo que temos aprendido da parte de Deus, nada mais é do que um pouco de maquiagem, para enganar os mais incautos, o que, aliás, tem sido prática constante de Satanás — misturar a mentira com meias-verdades para dar-lhe um toque de credibilidade.

Concluímos, que a doutrina Seicho-no-Ie é diferente das doutrinas da Bíblia Sagrada e, portanto, nociva ao verdadeiro cristão.

“Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra, e Luz para o meu caminho” (Salmos 119.105).